sexta-feira, 27 de setembro de 2013


Olá pessoal, o tema desse artigo é bem polêmico pois trata-se do gosto pessoal de cada um, logo, existem milhares de opiniões diferentes, por isso nunca chegaremos a um consenso, mas e daí? Vamos discutir sobre isso. Música boa, música ruim, isso realmente existe ou é somente uma forma de elevar nosso ego? Quantas vezes por aí você já não viu alguém que escuta algum gênero musical mais bem elaborado se gabar disso, clamando ter uma inteligência maior dos que não escutam a esse mesmo gênero? Eu já vi muitas. Inclusive ao contrário também. Vamos ao exemplo: Joãozinho escuta funk (do Brasil), Pedro escuta música clássica. Pedro Sempre critica Joãozinho, dizendo que o mesmo só escuta música ruim, e por isso é burro. Para retrucar, Joãozinho diz que Pedro só escuta música chata e por isso ele também é burro. Pra mim, ambos são burros, pois limitam a sua experiência musical, além de claro, serem preconceituosos. Tudo bem não gostar de algum gênero musical, mas afirmar que é ruim é algo totalmente diferente. A verdade é que não existe isso de música boa e música ruim, existe música bem trabalhada, bem elaborada, e música mal trabalhada. Além disso temos o propósito de cada música e estilo. Não adianta reclamar que o funk é banal sendo que o público que escuta funk está procurando algo assim. Não existe todo um processo especial na criação de um funk, qualquer um pode fazê-lo facilmente, e é exatamente por isso que é taxado como música ruim, entretanto, isso não significa que seja ruim, apenas que não é muito bem trabalhada. Esse tipo de som repetitivo e sem criatividade não gera desafio nenhum pra uma pessoa que está apta a realmente entender a música. É por isso que pessoas mais inteligentes tendem a partir pros gêneros mais complexos, não por serem melhores ou piores, mas por serem mais bem elaborados. É fato que uma sinfonia de Beethoven é muito mais complexa do que qualquer música pop por aí, mas isso de forma alguma significa que a música é melhor ou pior num modo geral. Você pode achar melhor, sem problema algum, mas preferência não é fato. Se fosse assim também, tudo entraria em conflito, pois cada pessoa pensa de uma maneira diferente (ao menos é o que gostamos de acreditar).

Aesop Rock e A$AP Rocky
Esses dias mesmo enquanto estava vasculhando minha feed do Facebook me deparei com uma foto bem interessante, diga-se de passagem. Acima vemos Aesop Rock e A$AP Rocky, dois rappers. Entretanto, um deles (o da esquerda) é conhecido por fazer música mais "inteligente", enquanto o outro (obviamente o da direita) é conhecido por fazer música "ignorante". Enquanto Aesop faz rimas complexas, que a maioria das pessoas não entendem (inclusive os próprios fãs, que mesmo sem entenderem continuam o defendendo com unhas e dentes), A$AP rima sobre drogas, sexo, roupas, e esse tipo de coisa. A parte curiosa vem a seguir, nos comentários da foto. Fãs do rapper "inteligente" faziam comentários extremamente preconceituosos, jogando no lixo essa imagem de que "música inteligente" é relacionada de alguma forma com fãs inteligentes. Ou seja, fãs de todo tipo de música entram na arena e começam a se matar pois suas opiniões se diferem. Esse tipo de atitude é digna de trogloditas, não de humanos. Nós somos capazes de pensar, certo? E daí que o seu coleguinha não gosta do mesmo tipo de música que você? Isso não tem importância alguma. Cada pessoa procura alguma coisa na música. Alguns tratam como um quebra-cabeças, e pra desvendá-lo, tem que ouvir diversas vezes, olhar atentamente as letras, ouvir com calma, enquanto outros tratam a música como uma leve distração, não precisando prestar atenção em nada, só ouvir mesmo. Existem vários tipos de ouvintes. Você só tem que encontrar o seu e ficar tranquilo. Não há necessidades para conflitos. Se quiser, pode até fazer uma experiência. Visite alguns fóruns e pesquise artistas que são taxados como "ruins". Você verá tanto comentários positivos quanto negativos, o que é completamente normal, mas também muitas ameaças de morte, pessoas afirmando que quem escuta tal tipo de som é retardado, e assim por diante.


Mas afinal, existe música boa e música ruim? A resposta é sim, não e não novamente. Já ouviu aquela frase "A beleza está nos olhos de quem vê"? Então, com música é a mesma coisa. A qualidade está no cérebro de quem ouve. Existe um consenso de que bandas como One Direction são ruins, mas na verdade a música deles apenas não tem criatividade alguma. É algo feito especialmente para menininhas, que veem ali meninos atraentes cantando sobre amor e coisas do gênero. Não estou criticando quem escuta, muito menos incentivando você a escutar. Cada um sabe o que procura na música. Não existe certo e errado. Quer escutar Bonde do Tigrão e depois Caetano Veloso? Tranquilo! Eu não tenho problema nenhum com isso (Contanto que não deixe o som alto demais). Eu por exemplo gosto de ouvir música clássica, mas não consigo só me ater a isso não. Se me der vontade de escutar Rick Ross depois eu escuto, sem problema nenhum. Tem um momento pra tudo. Só músicas bem-elaboradas também meio que cansa. Tem horas que você só quer escutar algo que não faça sentido algum, ou que até faça, mas não tenha nenhum propósito, nenhuma mensagem pertinente para ser passada.

Prozak - Million Miles Away
Pra encerrar, letras com significados mais "pesados" (ambientalistas, humanitários..)  tendem a ser mais aplaudidos pelos ouvintes que clamam ser "mais inteligentes", entretanto, todo ser humano (ou pelo menos a maioria) também gosta de assuntos "menos importantes", tais como dinheiro, sexo, drogas, sapatos, canetas, comida, e etc. Não estou dizendo que são igualmente importantes, mas também não são tão discrepantes assim. Também temos o fator da "aparência". Muita gente escuta o que está rotulado como música boa apenas para manter uma máscara de intelectual. Isso sempre existiu e sempre existirá. O importante é saber lidar com cada tipo de "fã", incluindo os falsos. De qualquer maneira, a criatividade e a complexidade das letras, do som, da combinação de instrumentos não é sempre fator determinante na musicalidade. Talvez até dê pra de alguma forma afirmar que música boa é na verdade aquela que te faz feliz. No fim das contas não dá pra chegar a uma conclusão, o mundo está cheio de opiniões e esse artigo é só uma mostra de uma delas. Cabe a você achar esse texto relevante ou não.

-Henry De Luca

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