quinta-feira, 26 de setembro de 2013



Dia 10 de Setembro, The Weeknd lançou seu primeiro album, o "Kiss Land", que tem praticamente um tema só, a vida de um músico em tour. Abel (The Weeknd) Diz que essa é uma vida que ele criou, e que nunca presenciou, mas durante as faixas nós percebemos uma certa intimidade com as palavras, que com toda certeza nos faz questionar a veracidade do que o músico disse. Ouvimos a versão Deluxe, que contém duas faixas a mais do que a versão normal. Abaixo fica a tracklist e as nossas respectivas opiniões:

Tracklist:
01 - Professional
02 - The Town
03 - Adaptation
04 - Love In The Sky
05 - Belong To The World
06 - Live For (feat Drake)
07 - Wanderlust
08 - Kiss Land
09 - Pretty
10 - Tears In The Rain
11 - 
Wanderlust (Pharrell Remix)
12 - Odd Look (feat. Kavinsky)

Resumão:

Henry De Luca:
Um álbum com temas bem interessantes. Vez ou outra vemos The Weeknd sofrendo por ficar longe de sua amada durante um período longo enquanto está e tour, acontece que, a impressão que tive é que cada faixa tinha como objetivo mostrar um tipo de mulher cliche, como por exemplo em "Pretty", que vemos uma mulher que está claramente precisando de companhia e, como Abel não está por perto, ela resolve satisfazer suas "vontades/desejos" com outro homem. Com letras bem criativas e beats simples, The Weeknd atinge um som calmo, porém profundo, que talvez o faça pensar sobre seus amores passados.

Papelão Rei:

Sendo reverenciado por seu trabalho no álbum “Trilogy” logo apontado como futuro, The Weeknd demonstra no seu novo trabalho “Kiss Land” como é um poeta musical, porém apontam alguns defeitos que não são competentes as letras, mas sim a batidas, ritmos, ou seja, do serviço de produção. Mas nada que o comprometa, talvez com esses reparos ele realmente assuma o posto que mereça, assim sejamos acalantados por músicas que simplesmente deixaram sua marca no tempo. Em “Kiss Land”, “The Town”, “Live for” e “Wanderlust” conseguem evidenciar bem este ponto de vista.

Track-by-Track:

1 - Professional

Henry De Luca:
Achei interessante a relação de The Weeknd com a prostituta (ou stripper, não se sabe ao certo). Até certo momento ele tem inveja dela por ganhar tanto o dinheiro como a satisfação sexual enquanto está trabalhando, coisa que seria impossível pra uma pessoa "normal" como ele. E ao mesmo tempo que ele a inveja, ele a despreza, mencionando que ela nunca se expõe emocionalmente, somente fisicamente, e por isso a felicidade dela é falsa.

Papelão Rei:

Uma boa recepção ao entrar em “Kiss Land”, nada arrebatador que o faça voltar periodicamente, mas é um bom “boas-vindas” para um forte universo.


2 - The Town

Henry De Luca:
Eis uma música que gruda na cabeça, senhoras e senhores. "You like diamond rings, i can provide, i can proviiiide". Aqui The Weeknd Lida com uma mulher que o largou por outro, mas ele sempre soube que ela acabaria voltando, afinal, ele consegue prover anéis de diamante. E um detalhe importante, ela o deixou pelo fato do mesmo estar quase sempre ausente devido ao tour. É a minha preferida do álbum.

Papelão Rei:

Ótima música, com destaque as boas e fortes rimas um pouco descompensadas pela batida.


3 - Adaptation

Henry De Luca:
Nessa faixa The Weeknd Lida com mais uma batalha emocional amorosa. Ele escolheu a vida da "fama" ao invés de uma vida ao lado dessa mulher, e ele lamenta isso, pois ela provavelmente era a garota "certa", "the one".

Papelão Rei: 

Começa a ganhar corpo o universo/álbum, com mulheres sempre no foco com uma pitada de The Police para complementar outra boa música.

4 - Love In The Sky

Henry De Luca:
"Love In The Sky" É basicamente uma alegoria entre sua vida amorosa com a respectiva mulher da faixa e com o "mundo mainstream" da música. Ele utiliza essas frases de duplo sentido meio que de uma forma abstrata, sempre deixando espaço para a sua imaginação preencher os vazios, logo, não se sabe ao certo o que ele está querendo dizer além do óbvio. No fim das contas, pode ser que ele realmente esteja falando sobre garotas e que nunca quis duplo sentido algum, mas nunca iremos ter certeza disso.

Papelão Rei:

Pode despercebidamente ser confundida com a música anterior, entretanto algo a faz surtir diferença. A qualidade é bem distante da anterior. Como sair de um banho limpo e em seguida cair na lama. Não significa que seja horrível, mas é abissal a qualidade. 

5 - Belong To The World

Henry De Luca:
Mais um conflito amoroso interno. E com mais uma prostituta. Mas vemos uma situação completamente diferente; Abel se vê apaixonado por esta mulher que só tem interesse em seu dinheiro, e por mais que ele queira talvez viver uma vida com ela, The Weeknd sabe que ela "pertence ao mundo", e não a ele. Após essa noite, esse amor será algo platônico, e ele já está sofrendo antecipadamente.

Papelão Rei: 

Enfim uma batida forte, com a qualidade de sempre irreparável de cada verso. Mas às vezes o som da batida destoa do ritmo de The Weeknd.


6 - Live For (feat Drake)

Henry De Luca:
Uma pausa muito bem-vinda dos "conflitos" amorosos internos e externos. E aqui temos também a única participação do álbum, responsável por Drake. Aqui vemos que ele praticamente vive pra fazer música, usar drogas e transar, e quão profundo é o seu amor/respeito pelas pessoas próximas a eles, tão profunda que ele até morreria por essas pessoas. Ele vive pra isso. Uma ótima faixa que aqui é utilizada como uma ponte entre as faixas de relacionamentos. Achei o beat dessa faixa um dos melhores, se não o melhor do álbum. E a participação de Drake foi incrivelmente satisfatória. Não condiz nada com sua fama de rapper ruim.

Papelão Rei:

Dela começa a surgir dúvidas sobre a veracidade das letras. Talvez por serem diversos temas pesados ele quisesse se afastar, mas esta música é extremamente pautada na realidade o que faz desconfiar das outras. O tema e o estilo destoam das outras que no álbum faz uma diferença, mas coo single é excelente.


7 - Wanderlust

Henry De Luca:
The Weeknd Nos conta aqui que o conceito de "amor" está totalmente deturpado. Todas as garotas acham que irão presenciar amor de verdade pelo menos uma vez na vida, mas isso na verdade só as deixarão decepcionadas, pois esse amor que elas sentem não é verdadeiro. Essa faixa tem todo um clima futurístico Michael Jackson-lesco.

Papelão Rei:

A melhor música, com todo ritmo dos anos 80 de diversas referências a Michael Jackson, haja vista pela voz do próprio cantor. Como a música anterior tem tom um pouco distante, mas qualidade nas alturas. A presença de “Precious little diamond” de “Fox the Fox” de 1984 auxilia nesse processo de envelhecimento musical, porém não de perca de excelência.


8 - Kiss Land

Henry De Luca:
Eis a faixa que menos gostei desse álbum. A todo momento, por causa da letra que não condiz com o resto do álbum, pensei que 2 Chainz apareceria com a sua clássica intro "Twoooooo Chaaaaaaaaaainzz" e começaria a rimar. Em Kiss Land vemos The Weeknd praticamente se gabar de seus feitos sexuais.

Papelão Rei:

Todo o oposto do anterior elevado ao quadrado. Uma música que leva o nome do álbum ser tão fraca é algo a se rever para as próximas vezes. 

9 - Pretty

Henry De Luca:
Conceito interessante aqui. The Weeknd Fica fora da vida dessa mulher por muito tempo, e sabe que a mesma tem sim as suas necessidades. Essa mulher acaba por traí-lo, mas, Abel aceita isso tranquilamente, contanto que ela saiba que ao voltar pra casa, ela será inteiramente dele, pois no fundo ambos sabem que ninguém seria tão bom quanto ele mesmo. Essa confiança é interessante de ver nessa música, diferente de em "Kiss Land", onde ele se gaba dessa confiança. Aqui ele só mostra que está ciente, e dá todo um toque diferente. Parece que aqui ele usou mais emoção. Uma boa faixa pra se colocar após outra tão pouco trabalhada liricamente.

Papelão Rei:

Demorou mais o que começou voltou, o som mais regular retorna nesta linda música.


10 - Tears In The Rain

Henry De Luca:
"Tears In The Rain" Foi fortemente influenciada pelo filme "Blade Runner", inclusive, o nome da faixa é o nome de uma das cenas do filme. Uma dita cuja está apaixonada por Abel, mas ele não a ama e não a trata do jeito que ela merece, por isso admite que ela estaria melhor solteira. The Weeknd assume que é egoísta, pois sabe que o certo a se fazer é totalmente o oposto ao que ele está fazendo. A história acaba com essa mulher esquecendo todas as coisas boas sobre The Weeknd, que ao invés de deixá-la ir, continuou com o relacionamento até ela passar a não gostar mais dele. Ela praticamente o odeia agora. E é assim que se encerra a versão normal do álbum. Um jeito excelente de se terminar uma compilação "amorosa", como essa foi.

Papelão Rei:
Regular para baixo, muito entediante, de qualidade muito contestável.

11 - Wanderlust (Pharrell Remix)

Henry De Luca:
Essa faixa apesar de ser a nº 7, ainda parece uma música totalmente diferente. Os detalhes que Pharrell adicionou vão além do beat. Inclusive, achei essa versão melhor do que a original. Tem toda uma vibe "old school" introduzida aqui.

Papelão Rei:


A música já era boa, com o complement do Pharell que possui voz para tal levada compravada em suas participações no álbum “Random Acess Memories” da dupla francesa Daft Punk.


12 - Odd Look (feat Kavinsky)

Henry De Luca:
Última faixa da edição deluxe, com a participação de Kavinsky, um músico mais voltado pro esitlo House. Uma coisa interessante é que em alguns lugares essa faixa está creditada como Kavinsky feat The Weeknd, e em alguns The Weeknd feat Kavinsky, então não sabemos de quem realmente é a autoria, mas presumo que nenhum dos dois se importe muito com isso. É uma música feita para se requebrar o esqueleto (ou não, se você é dos meus). Lembra bastante a vibe do filme "Drive". Outra curiosidade é que Kavinsky teve uma de suas músicas nesse mesmo filme.

Papelão Rei:

Uma engenhoca antiga, redefinida tardiamente, como última música descompensa um pouco. 


Conclusão:

Henry De Luca:
Um álbum curioso que talvez desperte em você um novo gosto por um som leve em vibe, mas profundo em sentido. Se gosta de letras bem formadas, é quase certo que a experiência de "Kiss Land" será em sua maioridade positiva para você. É um álbum que vale a pena ser ouvido, até para não-fãs de R&B, como é o meu caso. Ouvi, gostei e pretendo ouvir mais algumas vezes.
Nota: 7,0

Papelão Rei:

O universo de The Weeknd poderia ter como primazia uma história redonda, mas não ocorre. Muito que é contextualizado transparece algo muito pessoal e experimentado, porém os fatos são negados. Dá para enxergar o universo de “Sin City” com suas prostitutas das varias formas e pouco do que se ouve se conecta a “Blade Runner”, filme de ficção científica de 1982 dirigido por Ridley Scott, cujo cantor diz ter supostas ligações nas canções. De fato, suas boas letras e suas boas mentiras o consolidam como um bom contador de histórias, com futuros ajustes de ritmo e batida, The Weeknd terá tudo para se consolidar musicalmente.
Nota: 6,5
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