sexta-feira, 27 de setembro de 2013


Meses antes a programação e as atrações de um dos maiores festivais do mundo, o Rock in Rio, com contestações à flor da pele, algumas se movendo durante a proximidade o evento com novos álbuns e singles de sucesso.
O primeiro dia (12/09) chega com o Palco Sunset, agregador de shows menores, entretanto as apresentações foram dignas de Palco Mundo, o palco principal, os rappers Flávio Renegado e o grupo português Orelha Negra, depois Vintage Trouble e Jesuton seguidamente de Selah Sue e Maria Rita, apesar de alguns gritos desnecessários de Sue e problemas de microfonia enquanto a filha de Elis se apresentava. A se destacar o Vintage Trouble com apresentação enérgica do vocalista aproveitando seu anonimato e os espaços de sobra o início do evento para agitar no meio do público com seu terno encharcado pelo forte sol.
Vintage Trouble no meio do povo
No Palco Mundo uma tentativa lamentável de homenagem a Cazuza sob o nome “Viva Cazuza: o poeta está vivo!” . Onde todos os convidados se deram o luxo de ler as letras, o mais discreto, Ney Matogrosso,se destacou e a apresentação teve uma tardia forma com Frejat no vocal.
Ivete Sangalo entrou para fazer seu show solo com diversas músicas da época de banda Eva, como principal momento um cover de Queen, mas nada que tirasse o rótulo de uma grande micareta.
Em seguida David Guetta cercado de dúvidas de como seria um DJ no palco principal, o francês não é um dos melhores Djs ao vivo, mas é um ótimo produtor demonstrado nos diversos sucessos. A apresentação foi inteligente em grande parte, isto quando ele deixava as batidas para virar cm algum sucesso, só que a extensão de algumas dessas batidas e a utilização de outros músicas que não o pertence, como “Song 2” do Blur e “Holy Grail” do Jay-Z, assim abdicou de alguns de seus sucessos. Resultado final um show que se esperava mais.
Beyoncé e a sua pirotecnia 
Para finalizar o dia, o apoteótico show da Beyoncé, que demonstrou ser bem melhor ao vivo utilizando as qualidades musicais herdadas do Soul. O show possuiu quedas com as passagens musicais intercaladas por vídeos. Porém num balanço geral, foi massacrante perante as apresentações anteriores do Palco Mundo. Ela dispensou de clichês para agraciar o público, log terminou a apresentação dançando o hit “Ah, Lelek” de Mc Federado e os Leleks levando o público ao delírio. O que foi comum do público que a prestigiava  era a presença do público gay, retirando do vocabulário utilizado por eles nada melhor pra definir do que dizer que Beyoncé divou.


O segundo dia (13/09) tem no Palco Sunset recebeu novamente B Negão, novamente com uma banda de Rock, agora o Autoramas antes o Matanza, e novamente uma boa apresentação com o ex-interante do Planet Hemp, demonstrando química novamente com uma vertente musical diferente e sem ser repetitivo um excelente show foi apresentado.
Zélia Duncan na Homenagem a Raul Seixas
Depois da vexatória homenagem a Cazuza no dia anterior, uma nova homenagem, desta vez no Sunset a Raul Seixas. “Viva Raul Seixas” teve o comando dos Detanautas com as participações de Zeca Baleiro e Zélia Duncan. O oposto do ocorrido anteriormente ninguém leu, apesar de Tico Santa Cruz não ser lá um bom cantor foi lá e desempenhou seu papel e os outros convidados complementaram com excelência através de suas qualidades. As aparições de covers e figurões deram um tom bizarro. Há de se pensar sobre queimar esta ficha em algo menor se bem que a organização não liga para repetição.
O Capital Inicial abriu o Palco Mundo como no último Rock in Rio, porém foi um desastre, longe de ser o Capital Inicial com um dos melhores shows de 2011. O que faz pensar por que do Offspring que no mesmo horário estava no Palco Sunset com Marky Ramone destruíram e sobreviveram com o péssimo som.
Jared Leto e sua trupe assumiram o palco sob o nome de 30 Seconds to Mars. Todo o show foi sustentado pelo também ator Jared que com açaí, camiseta “I Love Rio”, tirolesa e camisas da Seleção Brasileira conquistou o público, mas musicalmente foi fraco.
Em seguida The Machine acompanhou Florence, sim isto mesmo, Florence Welch apenas entrava no meio das músicas com gritos para sustentar o show espírita. Mas funcionou, onde as engrenagens sem ferrugem da “The Machine” deram conta do recado.
Matthew Bellamy, vocalista do Muse
O Muse fechou o dia magistralmente merecendo pleito de principal artista. A cada nota inicial de guitarra um sucesso era deduzido. Com a guitarra a frente do método de “parede sonora” do grupo exerceu bem sua função. Surpreendeu sendo o melhor show do palco Mundo no dia.


Enfim último dia (15/09) do primeiro bloco do Rock in Rio 2013. O Sunset ferveu com as parcerias entre Nando Reis e Samuel Rosa, Kimbra e Olodum, George Benson e Ivan Lins todos em performances ótimas.
Caminhando no caminho inverso o Palco Mundo começou no chato Jota Quest, não por falta de qualidade e sim de repertório. É copiar e colar do que houve em 2011. Mais uma repetição e mais um fracasso.
A britânica Jessie J chegou expectativa no alto, porém se parasse para pensar antes, de sucesso no máximo 4 músicas, isto seria o suficiente para ser atração do Palco Mundo? A prova foi um show recheado de covers. O mínimo era tentar levar o público nas coxas, até que se virou levemente bem. Talvez se fosse algo ao modo Joss Stone em 2011 no Sunset, provavelmente fosse mais interessante.
Alicia Keys também não possui tantos sucessos, porém potência vocal há de sobra, logo um bom show enquanto no piano.  Suavemente delicado no geral, foi mais de se admirar do que se divertir. Como aquecimento para o último show, foi bem planejado.
A barba falhada seria o problema do show do JT?
Para dar ponto final nos 3 primeiros dias do festival, Justin Timberlake acompanhado da banda “Tenessee kids” fechou com o melhor show do primeiro fim de semana e um dos melhores do festival. Justin cantou, dançou, contagiou o público. Sem erros, meticuloso e bem produzido agregado a diversos sucessos, não tinha como ser melhor.


Brindado com o metal, o Rock in Rio retornou na quinta-feira (19/09). O Palco Sunset foi conduzido em fogo médio, porém Rob Zombie finalizando o palco incendiou, sem deixar queimar, sua desenvoltura e uma adicionada de cinema nos telões através de sua qualidade também como diretor, não deixou a desejar em nada.
Para abrir o Palco Mundo no dia os “brazucas” do Sepultura com os percursionistas do “Tambours do Bronx” reeditaram o conjunto que finalizou na edição de 2011 o Palco Sunset, no mesmo tal “dia do metal” do mesmo jeito funcionou excepcionalmente bem, a única reclamação foi à falta de alguns sucessos.
Em seguida a banda sueca Ghost B.C. apresentou uma missa do “Papa Emérito”. A leveza instrumental nadou contra os versículos satânicos, o público visualmente confuso reagiu como protestantes educados numa missa católica. O grupo de mascarados pôs em dúvida a si mesmo se não era mais viável uma inversão com Zombie.
O Alice in Chains fizeram o penúltimo show com o seu novo vocal levando na voz e profissionalismo. A apresentação foi concluída em uma hora que surtiram como 10 minutos, foi irretocável.
James Hetfield, vocalista do Metallica
A repetição de bandas do evento de 2011 é algo chato e que não vinha funcionando, mas como o Sepultura, o Metallica esteve longe desse rótulo. Um espetáculo, onde todos possuíram seus momentos, inclusive o baixista. Repetido diversas vezes pelo vocalista James Hetfield, a família Metallica estava presente, não há definição melhor, a interação entre público-fã e banda é realmente fora do comum. Seja no meio do povo ou na frente da TV não dava para ficar parado. O Metallica pouco necessita de novos álbuns, com seus eternos sucessos promovem apresentações que todos inclusive os não-fãs merecem presenciar um dia na vida.


O dia 20 de setembro (sexta-feira) chegou para ser o lado mais fraco de todo evento. O destaque por completo foram duas apresentações do Sunset. Bem Harper e Charles Musselwhite finalizou o palco de forma impecável, como pico mais alto o cover do Led Zeppelin. Outro destaque foi Graça Potter que esculhambou todas as dívidas sobre ela, com alto valor musical e engafinhado por uma voz de alta frequência.
Já no Palco Mundo, Frejat se apresentou medianamente, nada a acrescentar como a apresentação também não acrescentou.
Depois a banda Matchbox Twenty, cujo destaque é o vocalista Rob Thomas por uma ótima música com o lendário guitarrista Carlos Santana. Não é por ficar vermelhou ou fazer caretas, como destacou o G1, que Rob Thomas não possui potencial. A banda não tem repertório e nem qualidade ainda para o Palco Mundo, entretanto potencial de Mainstream se começarem a se espelhar em bandas com tecladistas como eles, por exemplo, The Doors. A presença acalorada de Rob não fez alterar um show extremamente morno.
O maior destaque dos previamente anunciados era a banda canadense Nickelback, pois emplacou múltiplos sucessos na última década. Mas foi totalmente o oposto das condições iniciais. Pouco inspirado, muito chato, a vontade pós-apresentação é de aprisioná-los perpetuamente dentro de um estúdio.
Poderia fechar da pior forma, mas apesar de John Bom Jovi estivesse cantando bem estranhamente, ele conduziu com seu carisma, seja chamando uma fã reincidente no palco, seja deixando o público cantar sua melhor música. Dentro dos paradigmas do palco Mundo foi um diferencial, por pouco não maquia totalmente o péssimo dia.

Sexto dia (21/09), sábado, teve algo meio diferente dos dias anteriores. Enfim uma apresentação fora dos padrões do Sunset, com o ex-fazendeiro Ivo Meirelles auxiliado por Fernanda Abreu e Elba Ramalho além da inesperada presença de Yudi, amigo de Ivo do programa “A Fazenda”. Até a bateria da Mangueira conseguiu municiar tal atrocidade. Mas o palco Sunset teve um salvador, chamado Lenine, o cantor sustentou dois bons shows um com a parceria de Gogol Bordello e outro solo.
O Skank abriu o Palco Mundo, medianamente conduzido, chata repetição,, não apenas pela apresentação da banda como a de 2011mais também a recorrência do vocalista Samuel Rosa, principal integrante, no evento. Faltou levar mais empolgação com novidade.
O pouco conhecido Phillip Phillips surpreendeu pela coesão, só que falta muito para Palco Mundo, talvez fosse artista pra fechar o Sunset.
O guitarrista John Mayer protagonizou um show espetacular. O grande problema foram as fãs histéricas no mínimo auxiliou na empolgação. Porém descontextualiza e ofusca toda qualidade d artista, principalmente tocando guitarra. Foi lindo vê-lo brincando com a guitarra demonstrando facilidade dele com o instrumento, muito bom para aquecer pro mega gran finale.
Bruce Springsteen e carisma
A melhor apresentação do Rock in Rio trazida por Bruce Springsteen chegou e a excelente banda de apoio, The E Street Band. De se admirar um show enérgico demonstrando a falta de reconhecimento que o artista sofre. O show começou com cover de Raul Seixas em “Sociedade Alternativa” daí ele já teve o público para si, depois ele dispôs de energia apesar da idade passando por todos os pontos acessíveis a quem se apresenta, cantou bem sem escorregões, fez divertidos duetos com guitarrista, até coreografia houve. Show espetacular fortalecendo a tese da “Rolling Stone Brasil” na edição de setembro como melhor show do mundo.

Último dia de Rock in Rio (22/09), num ritmo forte com Sunset agraciado por André Matos e Viper, Destruction e Krisium, Halloween e Kai Hansen. Mas o ápice foi o “Zépultura”, num é que a mistura de Zé Ramalho e Sepultura funcionou, o lado cavernoso do solista funcionou em grande amplitude, ótimo adeus do palco que rendeu bons e surpreendentes resultados.
O Palco Mundo começou com os brasileiros do Kiara Rocks que aparentavam um grupo country, para pesar a presença de Paul Di’anno, ex-vocalista do Iron Maiden para aumentar o peso com clássicos do Hard Rock, até que passou.
Logo depois o sagaz Slayer com seu som estridente, nada comprometeu, a única surpresa foi a felicidade pela resposta do público que era óbvia pela qualidade do som.
Os fãs pediram o Avenged Sevenfold, eles vieram ou apareceram podemos dizer. Pois o show foi muito simples para ruim. Não parecia a banda que tocou no último SWU. Acho que a expectativa geral era de um show como o do Slipknot em 2011, porém conseguiram ficar parecidos com o Stone Sour.
Bruce Dickinson e energia
Para finalizar com todo o evento, Iron Maiden, num bom show, ás vezes cansativo, mas foi bem divertido seja da presença do Eddie aos figurinos. Mas a banda não sabe trabalhar nos shows suas extensas músicas, conduzir o tempo normal de até 3 minutos era tranquilo, mas passou desse limite inconsciente começa a ter queda no clímax. Em algum momento teria que se levantar para enlouquecer ao som do Iron.
Contudo o Mundo não foi uma maravilha no geral, foi um palco muito irregular, com pontos extremos. A maioria das atrações principais conseguiu serem realmente destaques, mas os trabalhos anteriores devem ser melhores escolhidos pelos organizadores. Houve um furdunço de que o Rock in Rio quase num tem rock, uma extrema bobagem, desde o seu inicio sempre foi um evento musical sem prioridades de gênero, haja vista, Pepeu Gomes e Baby Consuelo em dias expoentes. Será mesmo que daria pra sobreviver apenas do Rock? A resposta é clara, não. Os shows pops dão um ar interessante ao evento, além de musicalmente fresco o Rock vive de grupos independentes que não possuem nome para grandes públicos, mas de fato possuem sim espaço, estes nomes bons e desconhecidos poderiam ser a espinha dorsal até a banda que vende o evento, como Metallica por exemplo.  Agora é contar os  dias pro de 2015, é claro que só vai valer a pena com as devidas correções, a esperança há para formalizar de vez o evento como o melhor do mundo.

-Papelão-Rei

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