segunda-feira, 8 de setembro de 2014


Dia 02 de Setembro de 2014, Jeezy lançou seu álbum "Seen It All: The Autobiography", 5º álbum do rapper que, na capa, conta com "o olho que tudo vê" dentro de uma pirâmide. Muitos especulam que essa seria a confirmação de que Jeezy seria parte do infame grupo dos illuminati, já nós, achamos que isso é realmente só uma jogada de marketing para atrair o público geral, além de ser uma capa bem bacana, claro. Ouvimos a versão deluxe, que conta com 3 faixas a mais. Confira abaixo:

Tracklist:

1 - 1/4 Block
2 - What You Say
3 - Black Eskimo
4 - Enough
5 - Holy Ghost
6 - Me OK
7 - 4 Zones
8 - Been Getting Money (feat. Akon)
9 - F**k the World (feat. August Alsina)
10 - Seen It All (feat. JAY Z)
11 - Win Is a Win
12 - Beautiful (feat. Game & Rick Ross)
13 - Beez Like (feat. Boosie Badazz)
14 - No Tears (feat. Future)
15 - How I Did It (Perfection)

Resumão:

Henry De Luca:
Gostei bastante do álbum, principalmente da produção. Ótimos beats. As letras não são muito criativas, admito, mas, vez ou outra Jeezy dá o seu melhor e abraça algum tema, coisa que as features também fazem, deixando todas muito coesas. Não tem uma feature aqui que pisa na bola, todos representaram muito bem. "Seen It All" Mostra que além de saber escolher ótimos beats, consegue também ser versátil com as letras, mesmo com a maioria das faixas sendo bem preguiçosas nesse termo.

Papelão-Rei:


Jeezy é um cara que nunca me chamou a atenção, mesmo aparecendo “nos Youtubes” da vida nunca dei uma clicada para se quer provar da droga que ele faz, a atual claro. Neste álbum ele circunda parte de suas experiências, com participações equilibradas, para enfim tentar que alguém como eu pare e passe a ouvir sua oferta, a ideia é que ambos possamos sair no lucro.

Track-by-Track:

1/4 Block:

Henry De Luca:
Essa música conta brevemente sobre como Jeezy começou a vender drogas. Funciona muito bem como uma introdução à autobiografia, que é o álbum, pois fala sobre o início de sua vida adulta. O beat é excelente e as rimas se encaixam no tema. Ótima faixa.

Papelão-Rei:
Um curioso risco que percebo é começar o álbum com músicas como esta.  É uma boa música, mas ela já te joga numa atmosfera em que todo o ar seja homogêneo.  Enfim não é um “skit” , mas consegue ser uma boa introdução. Não dá para por em mais palavras, pois é a primeira, ela só faz você querer a próxima, então ...

What You Say:

Henry De Luca:
Eis uma faixa que serve bem como "filler". Ela não tem um tema particular, nem nada que faça você se lembrar dela em específico, mas não é uma música ruim. Funciona bem no álbum.

Papelão-Rei:
 Óh, céus! Aonde estava este menino? Bom refrão, se você ouvir umas três vezes no volume máximo, quando alguém falar contigo você falará: “Nigga what you say?”. Mas não apenas uma única vez, apesar da piada ruim, ela consegue ficar um tempo martelando na sua mente. Pela quantidade de vezes que se fala tal expressão é um sucesso, até porque foi bem combinada com o beat, encaixando até uma parada por um momento.

Black Eskimo:

Henry De Luca:
Black Eskimo Seria um apelido para Jeezy, visto que ele é negro (black) e esquimós pois eles vivem no gelo, que tem no inglês uma relação com jóias e também com drogas (snow - neve - cocaína). Letras típicas de trap, nesse quesito nada de mais, e o beat muito bom, assim como na maior parte do álbum. Mais susceptível à lembrança do que a última faixa.

Papelão-Rei:
Seu lugar não é o céu! Não chega a ser um balde frio, mas há balde, e há água, porém morna. Ela põe você na realidade: “Isto é Jeezy, apenas!”. Mas mesmo sendo apenas o Jeezy foi muito baixo, pelo passado recente, ou seja, duas músicas, muito aquém de suas possibilidades.

Enough:

Henry De Luca:
Muito interessante o elemento introduzido ao beat aqui pelo que parece ser uma corneta. Acho que com um flow mais lento essa faixa iria se destacar mais. Do jeito que está, é apenas mais uma música no álbum.

Papelão-Rei:
Sensação de podia ser melhor. A música tem um beat muito louco, que no momento do refrão é estragado, como quando você está descendo uma escada e alguém impede que você desça porque é muito larga. Se houvesse um decréscimo de entonação junto com o beat, na parte do refrão, seria perfeita.

Holy Ghost:

Henry De Luca:
Uma das músicas mais interessantes de Jeezy em termos de letras. Quem conhece pelo menos um pouco sobre o cara, sabe que tem uma rixa rolando entre ele e Freddie Gibbs faz um tempinho. Os dois costumavam ser bem próximos, inclusive, Freddie fazia parte da gravadora de Jeezy. Aula de história à parte, em algumas partes parece que ele está falando diretamente com Gibbs, mas ele nunca menciona o nome dele diretamente, ou seja, pode ser que seja ele ou não. Jeezy Basicamente explica o seu ponto de vista da situação. Boas letras, bom beat, boa música.

Papelão-Rei:
A tendência no marketing dos álbuns é por as melhores músicas como singles, mesmo que o resto das músicas seja horrível, as pessoas podem comprar pelos singles. Esta música é inicialmente projetada com a participação de Kendrick Lamar, com sample inicial muito interessante. Só de ter o Lamar tudo indica que ela seja boa, de fato era, mas quando você pega o álbum a música é toda alterada, e a “fucking” participação de Kendrick foi deixada de lado, por fim ficou algo monótono, ainda bom, mas não como previamente, uma atitude condenável.

Me OK:

Henry De Luca:
"Me OK" É certamente um dos destaques de "Seen It All", sendo um banger de primeira. Aumente o som aí e acorde a vizinhança toda com ela, pois vale a pena. O refrão é bem viciante também, contribuindo para o valor de replay.

Papelão-Rei:
É o reflexo de “What you say?”, porém consertando as distorções, pois diferente do beat da outra, esta não necessita de mudança alguma. Excelente música!

4 Zones:

Henry De Luca:
Consigo ouvir uma semelhança ao Gucci Mane no refrão. A voz de Jeezy com o auto-tune me fez lembrar bastante as últimas mixtapes do deus do trap. A propósito, #FreeGucci! Só por esse detalhe, já tem a minha aprovação.

Papelão-Rei:
Uma participação inusitada de T-Pain, ou seja, auto tune, uma artifício que não é condenável, além de muito difícil ser colocado concretamente numa música, algo que o T-Pain consegue. E  o Jeezy consegue nesta música por algo diferente das outras músicas e de boa qualidade.

Been Getting Money (feat. Akon):

Henry De Luca:
Akon? Ele está vivo? Sim! E nos presenteia com um refrão bem bacana. Letras bem no estilo trap e um beat tranquilo. Gostei.

Papelão-Rei:
Akon, para mim, nunca foi uma unanimidade no rap. Para mim ele se encaixa melhor em músicas eletrônicas, ou sozinho o tempo todo. Não consigo lembrar de uma participação em algum rap que me agrade e esta música não foge a regra.

Fuck the World (feat. August Alsina)

Henry De Luca:
Refrão bem no estilo r'n'b que me lembra bastante o "The Weeknd". Notei que no começo dos versos de Jeezy tem algumas "distorções", um efeito que lembra bastante aos utilizados em Yeezus de Kanye West. As letras são meio "melosas", mas não deixa a música ruim

Papelão-Rei:
Mais uma novidade, agora uma voz sedosa com o domínio do refrão. E é bem contraste, em vista ao formato Jeezy de música. Mas ficou muito bom. O melhor de fato é conhecer August Alsina, olho nele!

Seen It All (feat. JAY Z):

Henry De Luca:
Wow. Simplesmente wow. Que música magnífica. O beat é fenomenal! Essa é uma que merece ser escutada no volume máximo, mesmo que suas orelhas estejam sangrando é uma experiência agradável. Vou além, digo que essa é uma das melhores músicas do ano, com toda certeza. JAY Z Nos dá um verso soberbo e pessoal, começando com a morte de seu pai. Que música... A minha predileta do álbum, com toda certeza.

Papelão-Rei:
Cheguei aos céus! Que música! Enfim Jay-Z que conhecemos! Espetacular, beat sinistro, já valeria só por ele, mas os JZ’s fazem um ótimo trabalho, ressaltando o bom refrão. Melhor música do álbum disparado!

Win is a Win:

Henry De Luca:
"Win is a Win" É nada mais, nada menos do que um interlúdio, entretanto, é um dos bons. Legal ouvir um rapper mainstream rimar sem um refrão.

Papelão-Rei:
Fui expulso do paraíso? A música é um resto de “Holy ghost”, proponho pará-la no meio e continuar com esta música, não há diferença. O inicio que sai um pouco da meada, perfeito para que fosse uma sequência da outra. Não é um lixo, mas reciclagem, de reciclagem fazem coisas boas, esta foi uma. Ainda estou planando nas nuvens.

Beautiful (feat. Game & Rick Ross):

Henry De Luca:
Fortíssima concorrente a melhor música do álbum também. A sample no começo é linda, e nos remete não só ao nome da música (Beautiful) como também ao tema da mesma. Os versos de cada rapper contém referências interessantes e, nenhum deles decepciona. Gostaria de também apontar a referência ao meme do Marilyn Manson que o Game fez, achei deveras engraçado... O produtor "Black Metaphor" está de parabéns.

Papelão-Rei:
Game e Rick Ross, muito bom, mas sem pancadaria? Sem batidas altas? Sem fazer meus ouvidos sangrarem de tanta potência no beat? Decepcionante e assim caio dos céus. Tenha compaixão Lúcifer. Que paradoxo! Mas não é tão complicado quanto entender porque esta música não deu certo.

Beez Like (feat. Boosie Badazz):

Henry De Luca:
A primeira que não gostei do álbum. O beat pra é ruim e não se encaixa nem um pouco com o flow e o estilo de Jeezy. O destaque aqui é Lil Boosie, que apresenta um verso decente, apesar de não ser nada excepcional. "Beez Like" É facilmente "pulável".

Papelão-Rei:
A música tem um problema grave: o refrão. Como a música tende a repetir o refrão em diversos momentos pra que a  música funcione tem que ter um refrão bem feito. A questão não é a letra, mas ela é destruída por Jeezy que a canta. A música é muito animada, essa voz rouca maldita não esboça animação, a questão não é pelo tema, mais pelo beat. Podia ser alguém de voz mais normal, ou um corozinho, mas ele não. Talvez alguma artista pop só pra vender mais funcionaria melhor.

No Tears (feat. Future):

Henry De Luca:
Outra faixa que contém substância nas letras. Jeezy Nos conta sobre a sua transição entre o tráfico e o rap, assim como sobre seu amigo que foi preso durante esse momento da vida dele. Também vemos um lado mais sensível de Jeezy, o que consigo apreciar, principalmente pelos rappers de hoje em dia falarem muito de como são "gangsteres" e machões, quando na verdade não são. Future Ajuda bastante nos back vocals e com o refrão, deixando "No Tears" bem agradável de se ouvir.

Papelão-Rei:
Ok, legal. Acabou ? Nem ouvi. Na verdade ouvi, mas ela é muito medíocre, parece que você não ouve.

How I Did It (Perfection):

Henry De Luca:
Um jeito legal de se acabar o álbum. Novamente com a produção de Black Metaphor e com letras até que legais, "How I Did It" fala sobre exatamente o que está no título, sobre como ele chegou onde está agora. E assim se acaba "Seen It All", com um efeito de "fade away". Aprovadíssimo.

Papelão-Rei:
Triste. Podia ter fechado com chave de ouro, entretanto apenas bronze.

Conclusão:

Henry De Luca:
Jeezy Fez aqui o que muitos artistas mainstream nem ao menos pensam em fazer, um álbum temático. Muitas faixas não tem letras muito criativas, mas as que tem são poderosas. Com as features é a mesma coisa, não vemos ninguém se destacando muito a mais que Jeezy, a não ser JAY Z, que fez um verso em "Seen It All" incomparável. Diria que este álbum é um dos mais bem produzidos desse ano e contém conteúdo pra vários gostos dentro do hip-hop. Não me surpreenderei se até o final do ano este álbum ainda estiver na minha lista dos melhores do ano. Muito bom mesmo. Aprecio cada momento, tirando "Beez Like", dá pra ouvir sem pular uma única música.
Nota: 8,3

Papelão-Rei:
Enfim nem tão aos céus, mas longe do inferno.  Um problema no álbum é que você sente falta de metamorfose, talvez por limitação do próprio Jeezy, pouco provável por algumas músicas. É monótono nas levadas, que não chega a prejudicar tanto as músicas, porém podia adicionar mais.  Portanto para começar, não se tira Kendrick Lamar de uma música. Tendo em vista a provação, é lucro.
Nota: 8,0

0 comentários:

Postar um comentário